Li no Brasil! Brasil! Gostei! Reproduzi!
31 maio 2013
Rui Daher, Terra Magazine / Blog do Rui Daher
“Mesmo quando não terminam em animados rega-bofes, nas palestras sobre agropecuária muitos convidados costumam levar esposas e filhos.
Na semana passada, numa dessas conversas, em Cascavel (PR), notei a presença de muitas mulheres e crianças e, ao descrever as perspectivas do Brasil naquele setor e seu protagonismo no planeta, falei que o futuro daqueles meninos e meninas estava garantido.
Seria uma geração muito mais próspera e feliz do que a de seus pais, a minha ou a de meus ancestrais.
Espanto! Afinal, todos ali vinham há alguns meses sendo massacrados pelas folhas e telas cotidianas com notícias desastrosas sobre o País.
Baixo crescimento, inflação, juros subindo, endividamento. Não acredito que o façam, mas pior seria se lessem The Economist ou Financial Times, que decretaram, assim como alguns colunistas nacionais, que mais uma vez morreremos na praia.
A economia pode ser entendida através de números, índices e equações várias. Determinarão algumas coisas, sem dúvida. Nem sempre corretas ou posteriormente confirmadas. Certeza mesmo, só de trazerem boa remuneração aos que tratam disso.
Outros, mais pretensiosos ou vigaristas, como muitos podem achar de mim, sairão dos números para os odores sociais, políticos e até mesmo econômicos. Estes últimos comreservas.
Por exemplo, se somarmos as recuperações norte-americana e japonesa e delas descontarmos a esperada e necessária desaceleração chinesa e a estagnação europeia não voltaremos ao mesmo planeta econômico que tínhamos antes da crise de 2008? A OCDE prevendo 3,1% para o crescimento mundial é ruim? A África crescendo entre 5% e 6% é um desastre?
Mais: se considerarmos os destroços no primeiro trimestre deste ano depois de um pibinho somente 0,6% maior, alardeados em folhas e telas cotidianas, o que diremos do 1,6% da China, com toda a sua fama de futura maior potência mundial?
O desastre não está aí. Economias capitalistas fazem saltitar entre os países seus ciclos de crise. Desde os anos 1980 do século passado, gesta fundamental transição na hegemonia do poder no planeta. A primeira depois da que se seguiu às duas Guerras Mundiais.
Nessa transição os fatores para o Brasil se consolidar como economia desenvolvida e sustentável estão explícitos e são irreversíveis.
Não será o “inesperado” (0,9% o esperado; baita diferença) baixo crescimento do PIB em um trimestre que irá anular esse futuro. Ou o terror inflacionário que serve a interesses políticos mais do que aos fundamentos da precificação.
Folhas e telas cotidianas, assim como economistas interessados em fazer crescer seus ganhos financeiros ou de seus patrões, não sabem o mal que fazem à realidade dos brasileiros.
E se assim é, naquela região responsável por tanta produtividade na “fabricação” de alimentos, por que não contar àqueles jovens e crianças uma fábula que inverte o pobre destino que querem dar ao Brasil?
Uma fábula que vai se mostrando cada vez mais real. Não foi de 9,7% sua colaboração para o pibinho?”
Rui Daher, Terra Magazine / Blog do Rui Daher
“Mesmo quando não terminam em animados rega-bofes, nas palestras sobre agropecuária muitos convidados costumam levar esposas e filhos.
Na semana passada, numa dessas conversas, em Cascavel (PR), notei a presença de muitas mulheres e crianças e, ao descrever as perspectivas do Brasil naquele setor e seu protagonismo no planeta, falei que o futuro daqueles meninos e meninas estava garantido.
Seria uma geração muito mais próspera e feliz do que a de seus pais, a minha ou a de meus ancestrais.
Espanto! Afinal, todos ali vinham há alguns meses sendo massacrados pelas folhas e telas cotidianas com notícias desastrosas sobre o País.
Baixo crescimento, inflação, juros subindo, endividamento. Não acredito que o façam, mas pior seria se lessem The Economist ou Financial Times, que decretaram, assim como alguns colunistas nacionais, que mais uma vez morreremos na praia.
A economia pode ser entendida através de números, índices e equações várias. Determinarão algumas coisas, sem dúvida. Nem sempre corretas ou posteriormente confirmadas. Certeza mesmo, só de trazerem boa remuneração aos que tratam disso.
Outros, mais pretensiosos ou vigaristas, como muitos podem achar de mim, sairão dos números para os odores sociais, políticos e até mesmo econômicos. Estes últimos comreservas.
Por exemplo, se somarmos as recuperações norte-americana e japonesa e delas descontarmos a esperada e necessária desaceleração chinesa e a estagnação europeia não voltaremos ao mesmo planeta econômico que tínhamos antes da crise de 2008? A OCDE prevendo 3,1% para o crescimento mundial é ruim? A África crescendo entre 5% e 6% é um desastre?
Mais: se considerarmos os destroços no primeiro trimestre deste ano depois de um pibinho somente 0,6% maior, alardeados em folhas e telas cotidianas, o que diremos do 1,6% da China, com toda a sua fama de futura maior potência mundial?
O desastre não está aí. Economias capitalistas fazem saltitar entre os países seus ciclos de crise. Desde os anos 1980 do século passado, gesta fundamental transição na hegemonia do poder no planeta. A primeira depois da que se seguiu às duas Guerras Mundiais.
Nessa transição os fatores para o Brasil se consolidar como economia desenvolvida e sustentável estão explícitos e são irreversíveis.
Não será o “inesperado” (0,9% o esperado; baita diferença) baixo crescimento do PIB em um trimestre que irá anular esse futuro. Ou o terror inflacionário que serve a interesses políticos mais do que aos fundamentos da precificação.
Folhas e telas cotidianas, assim como economistas interessados em fazer crescer seus ganhos financeiros ou de seus patrões, não sabem o mal que fazem à realidade dos brasileiros.
E se assim é, naquela região responsável por tanta produtividade na “fabricação” de alimentos, por que não contar àqueles jovens e crianças uma fábula que inverte o pobre destino que querem dar ao Brasil?
Uma fábula que vai se mostrando cada vez mais real. Não foi de 9,7% sua colaboração para o pibinho?”
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