Quem sou eu? – o velho questionamento filosofal!
Em todos os encontros há o questionamento. Não bastasse eu mesmo querer sabê-lo, os outros estão interessados em me “descobrir” sabe-se lá por quê! Conhecer para saber com quem está digladiando, com todo o leque de possibilidades que a palavra abrange, que vai desde rixas furiosas até no amor, na amizade, no coleguismo, na família... Todos querendo saber o que nem eu mesmo sei... Será que não vêem que o bom nestes relacionamentos é a incógnita? Será que ela não é sempre a mais buscada, pois que variável e poderá dar múltiplas respostas? As outras partes da equação já são conhecidas e não terão o mesmo glamour que a incógnita. Sei de muitas respostas, as catei durante a minha vida. Tenho muitas perguntas para as quais somente tenho arremedo de respostas e sigo na labuta de me reconhecer. Já dividi espaços com muitos reis e muitas rainhas e passando por todos os protagonistas da vida, também dividi com peões! Muito aprendi, não sei se muito ensinei, mas a troca, no balanço geral, deve ter sido boa a julgar pelas marcas que deixei nas pessoas e que estas deixaram em mim. Convivi , também com pessoas que se situam fora desse tabuleiro, ouvi muitos de seus desejos, motivos, frustrações, desencantos, alegrias... Engraçado, mesmo à margem, têm o mesmo perfil das outras pessoas “enquadradas” com seus acertos e erros! E nisto somente vejo um rótulo que aquelas colocam nestas, pois são exatamente iguais!
Nas discussões mundo afora, nos múltiplos relacionamentos, nas fases de abundância e também nas de restrições (de carinho, dinheiro, bens, conhecimento, livre arbítrio e todas as circunstâncias que moldam uma vida) quem menos perguntou quem eu era, quem menos quis saber de minha vida, mais teve de mim, mais marcas foram deixadas, mais fortes os laços que nos prendem... As verdades têm múltiplas facetas, e ao responder a pergunta iremos dar conta de uma delas e essa pode não ser a resposta esperada. Por isso é muito mais importante ir descobrindo pouco a pouco o “outro” do que receber uma informação que pode não ser verdadeira e que nos levará a rotulá-lo. Poderá haver decepções? Certamente, mas não se coloque a culpa exclusivamente no outro lado! Veja se não houve erro de interpretação de sua parte, se você não foi precipitado ao tirar conclusões que numa análise mais profunda, eram infundadas! Sempre corremos o risco de culpar o outro, mesmo que ele não tenha contribuído para isso!
Não me conheço. O pouco que sei de mim mesmo me leva a acreditar que precisarei muito tempo ainda para alcançar um conhecimento pleno, estável, ético, sem
auto-corrupções, sereno, amoroso... Esse tempo não se conta em horas, dias, anos. Conta-se esse tempo em vidas.
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Esse texto foi escrito no meio de uma madrugada um pouco fria do dia 30 de outubro de 2011 por intuição que me tirou o sono e me fez vir ao computador escrevê-lo praticamente sem pensar. Fiquem em paz e na Luz!
Joel Bento Carvalho