Meu Pitaco: Retificação da ocorrência da Pariparoba. Não fica restrito ao Rio de Janeiro, mas estende-se por todo o Sudeste e o Sul. Em uma remanescente de Mata Atlântica aqui em Itaara, vizinha à minha casa, há muitas e me servem como alívio para males de estômago e fígado principalmente a digestão. Aqui na colonização italiana, é chamada de Redondo pelo formato da folha.Neste sítio é onde encontrei uma melhor descrição do uso da Pariparoba: http://www.gem.odo.br/images/monografia/Pothomorphe-umbellata-Caapeba.pdf
Pariparoba é capaz de inibir melanoma - Ludymilla Sá
Estudos desenvolvidos na USP mostram que planta facilmente achada na Região Sudeste tem poder de proteger a pele contra a forma mais agressiva do câncer de pele Ludymilla Sá
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Bendita planta
Também conhecida como capeba, catajé, malvarisco e manjerioba, a pariparoba (Pothomorphe umbellata) é uma planta nativa do solo brasileiro, ocorrendo desde a Amazônia até o Rio de Janeiro. É uma planta arbustiva, que alcança até 1,5m, com ramos estriados e com pelos. As folhas são ovaladas, arredondadas ou em forma de rim. Possui flores minúsculas que se distribuem em espigas de até 10cm de comprimento. Da planta, utilizam-se folhas, raízes e caules com fins medicinais. O chá das raízes e folhas estimula as funções estomacais e hepáticas, favorecendo a digestão, além de funcionar como diurético. Já o decoto de caules e folhas alivia febres e afecções nas vias respiratórias. O cataplasma das folhas age em queimaduras superficiais, furúnculos e dores de cabeça. Também pode ser usada na fitocosmética (xampus), assegurando brilho aos cabelos.
Há quem diga que a cura do câncer pode estar escondida na biodiversidade das florestas brasileiras. Pesquisadoras da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF/USP) tentam comprovar a tese. Testes pré-clínicos revelaram que um composto extraído da pariparoba (Pothomorphe umbellata), uma insuspeita plantinha originária da mata atlântica e facilmente encontrada na Região Sudeste, é capaz de inibir o desenvolvimento do melanoma, a forma mais agressiva do câncer de pele, que tem origem nos melanócitos, células produtoras de pigmentos.
A molécula extraída da pariparoba, batizada de 4-nerolidilcatecol (4-NC), foi testada em um modelo de pele artificial durante o doutorado de Carla Abdo Brohem. De acordo com Silvya Stuchi Maria-Engler, coordenadora do estudo, o composto já havia demonstrado em pesquisas anteriores, coordenadas pela professora Sílvia Berlanga de Moraes Barros, um potente efeito antioxidante, capaz de proteger a pele dos danos causados pela radiação solar.
Depois, testada em culturas de células tumorais, a molécula demonstrou ser capaz de induzir a morte celular. A partir daí, foi sugerida a investigação do seu potencial antitumoral. “E conseguimos concluir que o composto impedia que as células tumorais invadissem a camada mais profunda da pele (derme) e se espalhassem para outros tecidos”, conta Silvya. De acordo com ela, a molécula é extraída da raiz da pariparoba. “Testamos em cultura de células in vitro e, diante da necessidade de gerarmos um ambiente semelhante ao da pele humana, reproduzimos a pele artificial, que de fato não é artificial, mas pele humana reconstruída em laboratório, evitando também o uso de cobaias, como preconiza a diretiva europeia de 2009, que bane testes em animais para fins cosméticos”, acrescenta.
Não se sabe ainda como o composto poderá ser usado para combater o câncer de pele: se por meio de produtos cosméticos, pomadas ou remédios. Também é necessário saber se seria seguro em seres humanos. Diante disso, novos testes serão necessários, segundo a pesquisadora, e desta vez em cobaias. “Ainda não temos esta resposta. Por ora nossos resultados demonstram uma indução da morte do melanoma humano in vitro, mas dependemos de vários outros testes que estão sendo feitos, inclusive em cobaias. A molécula já passou por exames de toxicidade em animais. Se também for aprovadas na avaliação de eficácia, poderá ser testada em humanos.”
Silvya Stuchi conta que estudos da pariparoba são desenvolvidos no laboratório da FCF/USP há mais de 20 anos. Foram iniciados pela professora Silvia Berlanga, motivada pela etnobotânica – linha da ciência que estuda as contribuições da botânica e da etnologia.
USO INDÍGENA Havia o relato de que uma população indígena da mata atlântica utilizava a pariparoba para curar feridas na pele como cicatrizante e até para curar úlceras gástricas. “A partir de então, observamos que um gel contendo o extrato da planta aplicado na pele de camundongos sem pelo, que usamos como animal de ensaio, os protegia dos raios UVB, das lesões induzidas pela radiação. A ideia era que o extrato, quando veiculado em forma de gel e aplicado antes da exposição ao sol, protegesse a pele contra danos lesivos pela radiação”, relatou Berlanga.
Provado isso, houve a necessidade de resguardar a pesquisa e, em 2002, as duas pesquisadoras registraram patente reconhecendo que a formulação protegia a pele contra o fotoenvelhecimento e a fotocarcinogênese no World Intellectual Property Organization (WIPO) e no México. O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), no entanto, ainda está julgando o pedido.
A empresa brasileira de cosméticos Natura licenciou a patente durante dois anos e empregou o extrato de pariparoba em produtos de uma de suas linhas de tratamento. A linha foi descontinuada e saiu do mercado. Atualmente não há ninguém licenciando a pariparoba.
UVB x UVA
Os raios UVB fazem parte da radiação solar e são responsáveis por induzir câncer de pele e envelhecimento cutâneo. Sua incidência aumenta muito durante o verão, especialmente entre as 10h e as 16h. A radiação UVA é a maior parte do espectro ultravioleta; tem intensidade constante durante todo o ano, atingindo a pele praticamente da mesma forma durante o inverno ou o verão. Penetra profundamente na pele, sendo a principal responsável pelo fotoenvelhecimento. Tem importante participação nas fotoalergias e também predispõe a pele ao surgimento do câncer. Também está presente nas câmaras de bronzeamento artificial, em doses mais altas do que na radiação solar.
Depois, testada em culturas de células tumorais, a molécula demonstrou ser capaz de induzir a morte celular. A partir daí, foi sugerida a investigação do seu potencial antitumoral. “E conseguimos concluir que o composto impedia que as células tumorais invadissem a camada mais profunda da pele (derme) e se espalhassem para outros tecidos”, conta Silvya. De acordo com ela, a molécula é extraída da raiz da pariparoba. “Testamos em cultura de células in vitro e, diante da necessidade de gerarmos um ambiente semelhante ao da pele humana, reproduzimos a pele artificial, que de fato não é artificial, mas pele humana reconstruída em laboratório, evitando também o uso de cobaias, como preconiza a diretiva europeia de 2009, que bane testes em animais para fins cosméticos”, acrescenta.
Não se sabe ainda como o composto poderá ser usado para combater o câncer de pele: se por meio de produtos cosméticos, pomadas ou remédios. Também é necessário saber se seria seguro em seres humanos. Diante disso, novos testes serão necessários, segundo a pesquisadora, e desta vez em cobaias. “Ainda não temos esta resposta. Por ora nossos resultados demonstram uma indução da morte do melanoma humano in vitro, mas dependemos de vários outros testes que estão sendo feitos, inclusive em cobaias. A molécula já passou por exames de toxicidade em animais. Se também for aprovadas na avaliação de eficácia, poderá ser testada em humanos.”
Silvya Stuchi conta que estudos da pariparoba são desenvolvidos no laboratório da FCF/USP há mais de 20 anos. Foram iniciados pela professora Silvia Berlanga, motivada pela etnobotânica – linha da ciência que estuda as contribuições da botânica e da etnologia.
USO INDÍGENA Havia o relato de que uma população indígena da mata atlântica utilizava a pariparoba para curar feridas na pele como cicatrizante e até para curar úlceras gástricas. “A partir de então, observamos que um gel contendo o extrato da planta aplicado na pele de camundongos sem pelo, que usamos como animal de ensaio, os protegia dos raios UVB, das lesões induzidas pela radiação. A ideia era que o extrato, quando veiculado em forma de gel e aplicado antes da exposição ao sol, protegesse a pele contra danos lesivos pela radiação”, relatou Berlanga.
Provado isso, houve a necessidade de resguardar a pesquisa e, em 2002, as duas pesquisadoras registraram patente reconhecendo que a formulação protegia a pele contra o fotoenvelhecimento e a fotocarcinogênese no World Intellectual Property Organization (WIPO) e no México. O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), no entanto, ainda está julgando o pedido.
A empresa brasileira de cosméticos Natura licenciou a patente durante dois anos e empregou o extrato de pariparoba em produtos de uma de suas linhas de tratamento. A linha foi descontinuada e saiu do mercado. Atualmente não há ninguém licenciando a pariparoba.
UVB x UVA
Os raios UVB fazem parte da radiação solar e são responsáveis por induzir câncer de pele e envelhecimento cutâneo. Sua incidência aumenta muito durante o verão, especialmente entre as 10h e as 16h. A radiação UVA é a maior parte do espectro ultravioleta; tem intensidade constante durante todo o ano, atingindo a pele praticamente da mesma forma durante o inverno ou o verão. Penetra profundamente na pele, sendo a principal responsável pelo fotoenvelhecimento. Tem importante participação nas fotoalergias e também predispõe a pele ao surgimento do câncer. Também está presente nas câmaras de bronzeamento artificial, em doses mais altas do que na radiação solar.
Saiba mais
Bendita planta
Também conhecida como capeba, catajé, malvarisco e manjerioba, a pariparoba (Pothomorphe umbellata) é uma planta nativa do solo brasileiro, ocorrendo desde a Amazônia até o Rio de Janeiro. É uma planta arbustiva, que alcança até 1,5m, com ramos estriados e com pelos. As folhas são ovaladas, arredondadas ou em forma de rim. Possui flores minúsculas que se distribuem em espigas de até 10cm de comprimento. Da planta, utilizam-se folhas, raízes e caules com fins medicinais. O chá das raízes e folhas estimula as funções estomacais e hepáticas, favorecendo a digestão, além de funcionar como diurético. Já o decoto de caules e folhas alivia febres e afecções nas vias respiratórias. O cataplasma das folhas age em queimaduras superficiais, furúnculos e dores de cabeça. Também pode ser usada na fitocosmética (xampus), assegurando brilho aos cabelos.
Estado de Minas
25/06/2012